sexta-feira, 2 de março de 2012

Para Águas de Santa Bárbara

No dia 02 de março de 2009 estava eu entregando todos os meus documentos na Prefeitura Municipal a um homem chamado Flávio. Dei minhas aulas de Oficina de Texto para as segundas séries e fui correndo pra minha nova moradia, pensando em tudo aquilo que estava acontecendo na minha vida. Era tudo diferente: cidade, escola, matéria, colegas. Estava assustada, mas ansiosa por tudo que estava por vir.
A adaptação, quase não vi. Aos poucos fui arrumando minha vida: manicure, depilação, alguém pra lavar e passar minhas roupas. Em um ano aquela já era a cidade que poderia viver pelo resto da vida. O tal Flávio da prefeitura virou Flavião, marido da minha amiga Japa. As colegas foram virando amigas. Vários bebês nasceram. As terapias em grupo foram crescendo. A cidadezinha ganhou cheiro de terra molhada (pela nascente de água que existe por lá) e sabor de chocolate (da Nina Bombons). Aprendi a cozinhar. Aprendi a lutar Muay Thai. Ganhei amigos na academia.
Mas paralelamente a isso, meu amor pelo Emiliano foi se solidificando e a vontade de ficar junto também crescia a cada dia. Comecei a ficar confusa, a por na balança essas duas coisas. Fiquei doente e não conseguia mais passar os fins de semana lá. Ganhei uma psicóloga muito legal, filha de uma também professora e amiga. E tudo isso me ajudou a tomar a decisão de hoje.
Dia 02 de março de 2012, pedi exoneração. Como disse Flavião, fui pro arquivo morto de Águas de Santa Bárbara. Não está sendo fácil, já dizia Kátia, a Cega (não a mamãe do Raul e da Rafaela). Parece que alguém morreu. Chorei tanto, pensei tanto se é um erro, se não é. Chego à conclusão que não, pois preciso seguir meu caminho, dar espaço no meu coração pra minha vida familiar entrar. Mas as amizades que ganhei por lá são especiais. Sempre vai ter um Fórum de Educação, um carnavalzinho, um churrasco (que eu mato se ninguém me chamar).
Obrigada, cidadezinha.
Obrigada, companheiras de ensino.
Obrigada, pessoal da academia.
Fecho um ciclo muito bonito hoje, no qual tenho orgulho de ter vivido.
Pra terminar, a última frase que ouvi de minha queria e sarcástica (ex) diretora- quem conhece a peça, vai dar risada!
"O AMOR FAZ MUITAS BURRICES"