quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Eu não sou da sua rua

Pra falar a verdade, aos 28 anos ainda não sei de que rua sou. E nem sei se saberei.
Mas depois de velha me descobri emotiva, sentimental, saudosista.
Tenho saudade de algumas ruas às quais pertenci em algum momento da minha vida. Brinquei de queimada, namorei no portão, esperei a carona pra ir pra escola, passeei com um dos meus inúmeros cachorros, cheguei bêbada de madrugada.
O que sinto no momento é uma coisa inexplicável. Vou embora da rua que não é minha. Nunca foi, jamais será. Mas estou triste. A rua que não é minha vai me deixar um vazio.
Com ela deixarei uma parte da minha história que mal pude começar a contar. Parece que foi ontem que cheguei nessa rua. E já tô indo embora.
Pela primeira vez, estou indo por vontade própria.
Então por que estou tão chateada assim?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Somos seis

Agora que a história da cinomose do Rock acabou bem, já posso contar minha aventura desta segunda-feira.
Pra quem AINDA não sabe, eu tenho quatro cachorros, todos vira-latas. O pai foi pego na rua pela minha irmã. Quando ele teve três filhotes, tive a brilhante ideia de querer ficar com todos. Somos seis, então, há quase sete anos: Marelo, Juninho, Rock, Leo, Emiliano e eu.

 Marelo quando ainda tinha orelhas. Elas caíram quando ele teve doença do carrapato.

Segunda-feira saí da escola e fui direto pra Ourinhos internar o Rocambole. Ele estava com cinomose, segundo o veterinário daqui de Águas, então achei melhor levá-lo pra Adriana, que cuida dos meninos e nunca perdeu nenhum. E olha que dois deles já tiveram doença do carrapato duas vezes. O Emiliano achou melhor levar também os outros três pra vacinar, já que cinomose é uma doença contagiosa. E fomos.
Quando cheguei na porta da clínica me lembrei que esqueci de passar a coleira neles. Por sorte, elas estavam no carro. Iniciou-se o processo da vergonha. Eu com metade da porta do carro aberta, tentando enfiar a coleira no pescoço deles e eles gritando e uivando dentro do carro.
Entramos. Na porta da clínica havia uma jaulinha com uma gata e dois filhotes para doação. É lógico que o Marelo quis pegar os gatos. Puxei com força a coleira e seguimos. Os três saudáveis no chão, encoleirados, o Rock no meu colo e eu toda atrapalhada tropeçando nos cachorros e embaralhando aquele monte de cordas na minha mão. Cheguei no balcão e, enquanto a atendente preenchia a ficha, Juninho, o único saudável ali no momento e não-castrado, iniciou seu processo de marcar território. Deu uma deliciosa mijada no balcão de atendimento.

Juninho se deliciando na lama.
Fomos pra sala de espera. A veterinária demorou uma meia hora pra atender, pois estava em horário de almoço. Tinha duas meninas segurando um Lhasa Apso na mão, e aí começou a choradeira. O Lhasa queria brincar e ficava chorando, o Leo chorava de medo, pois sabia onde estava (já tinha estado ali no mínimo umas cinco vezes). Marelo, ao ver a ajudante chegando pra limpar mais uma mijada do Juninho, se enfiou embaixo da cadeira em que eu estava sentada e começou a latir sem parar. A dona do Lhasa foi mexer com o Rock, o que ele fez? Foi perto dela e deu uma cagada diarreiacomsangue. A menina só faltou sair correndo dali. Começaram a chegar os cachorrinhos de madame pra hora do banho, e quando as pessoas viam meus quatro vira-latas sujos de terra deitados no chão da sala de espera iam saindo de fininho.
Enfim, chegou a hora do atendimento. A Adriana é uma mestiça séria, não tem frescura nenhuma com os cachorros, tampouco com as palavras. Toda vez me dá bronca, porque sempre tem carrapatos nos cachorros. Mas eu já nem sinto mais vergonha, pois por mais que eu me esforce, dê banho e passe veneno, meu quintal tem terra, meus vira-latas gostam de cavar buracos e sempre que têm uma oportunidade fogem pra rua.

Rock tem medo de trovão e escala janelas.
Internamos o Rock e a veterinária começou a aplicar vacina nos que sobraram. Juninho, antes de receber a sua, deu mais uma mijadinha pra marcar território na sala de atendimento. Leo tomou tanta injeção nessa vida que nem se mexeu quando chegou sua hora. Marelo, como sempre, mordeu a Adriana.

Leo odiava humanos nessa época. Só ficava perto das flores.
Meninos medicados, voltamos pro balcão de atendimento para pagar a conta. Enquanto eu pechinchava, Juninho deu sua última mijada do dia, mais uma vez no balcão. Marelo olhava fixamente um dos gatos que mora na clínica. Este, por sua vez, retribuía da mesma forma o olhar fixante. Eu tava vendo os dois se pegando e o gato dando uma surra no Marelo, que não tem qualidade para duelar. Fomos embora dali, eu com dor no coração de estar sendo puxada por três coleiras somente. Passamos pelos filhotes de gato pra doação, que fizeram aquele sonzinho apaixonante de cobra (gatos assustados fazem som de cobra dando o bote). Voltei pra Águas, mas não sem antes o Juninho marcar território mais uma vez, desta vez na calçada da clínica.
Somos vira-latas, mas frequentamos o high society.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

28

Olha, fiz aniversário há quase uma semana. Programei dois posts, mas não tô a fim de colocá-los no ar. Só quero dizer o que aprendi nesses anos de vida e só tô me mancando agora.
Aprendi que na adolescência a gente sofre demais, ama demais, tudo é muito intenso e essa fase toda é uma mentira. Não somos tão magros, nem tão bonitos, nem tão legais. Somos apenas adolescentes que um dia crescerão, e as coisas vividas nessa época não farão o menor sentido mais tarde.
Não tenho mais tolerância pra fazer novas amizades. Não tento mais nada. Deixo fluir. Se a pessoa vira minha amiga, é porque o destino quis assim. Sorte a minha! Mas parei de querer tentar faz tempo. Não tenho saco pra abrir sorrisos, não tenho saco pra encontrar coisas em comum e tô fugindo de pessoas infantis.
Parei de querer agradar a todos. Se gostou, perfeito. Não gostou, palavrinha mágica que dá nome a esse blog.
Não perco mais saúde com problemas profissionais. Não vou choramingar nos corredores e tomar calmante pro resto da vida.
Foi grosso pra cima de mim? Não vou te dar um sorrisinho e fingir que tá tudo bem. Numa outra hora, quando eu já tiver esquecido disso, a gente se fala. Mas não vou ficar aguentando gente mimada que acha que nunca precisa pedir desculpas.
Me permito ser o que eu não era quando ainda achava que a vida fazia sentido. Olha, queridos, vou dizer: não faz. Então é seguinte, supera tudo e faz o que você acha que deve fazer.
Clara 2.8, por uma vida sem Rivotril.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Pratiquem exercícios

Quando algum dia pensei em dar um conselho dessa espécie? Até dois anos atrás eu nem sonhava em um dia poder dizer que eu sou uma pessoa saudável. Se bem que saudável não é bem uma palavra que me define, mas vamos falar de alcançar objetivos.
Sempre fui uma pessoa sedentária. Dos 7 aos 14 anos fiz aulas de ballet e jazz, mas desde que entrei na adolescência não me interessei por mais nada. Tentei capoeira, musculação, aulas de axé. Nada. Com o tempo desisti de tentar, até que com 22 anos comecei a engordar. Eu, que sempre fui magra, vi meu corpo se transformando em uma pêra. Minha barriga cresce pros lados, meu culote aumenta e isso é uma coisa horrivel de acompanhar!
Em 2009, morando sozinha, engordei mais ainda. Não sei ao certo o meu peso da época, mas estava uns 10 ou 12 quilos acima do ideal. Fui atrás de um tratamento para emagrecer em uma clínica. Sempre fui contra remédios, até antialérgico eu enrolo pra tomar, imagine sibutramina. O tratamento era caro pra cacete, mas dividi em 40 mil cheques e comecei a empreitada.
Como era uma clínica de estética, pensei que ia ganhar massagem, aplicar creminhos e um milagre iria acontecer. Quando a menina que me orientava me mandou subir na esteira e não sair dali em menos de uma hora eu quase morri. Era um absurdo alguém me mandar fazer algum tipo de exercício físico! Mas os cheques estavam nas mãos da dona da clínica, e com dinheiro não se brinca. Subi na esteira e comecei a andar. No fim do tratamento de 2 meses (3 vezes por semana de esteira, plataforma vibratória, drenagem, entre outras coisas) eu havia emagrecido 6 quilos. Não era muita coisa, mas me fez começar a gostar de exercícios. Sabe aquela sensação boa de dever cumprido? Então, estava sentindo aquilo. Por isso decidi me matricular na academia. Fiz 6 meses de Jump (coreografias em cima daquela caminha elástica individual) e estava adorando, mas as aulas passaram a ser uma vez por semana e isso me desanimou. Fiquei um mês parada e troquei de academia. Fiz musculação durante um tempo, mas aquilo era chato demais. Para minha sorte, em março começaram as aulas de Muay Thai. Achei que não fosse curtir, mas me identifiquei de imediato! Pra quem não sabe, Muay Thai é um boxe tailandês que trabalha braços, pernas, joelhos e cotovelos. Eu saio das aulas pingando de suor e morrendo de felicidade (quando a aula é extremamente boa). Fiquei satisfeita com meu corpo, mas com a síndrome do pânico engordei muito, estava muito ansiosa e tomei muitos remédios. Pra terminar bem, nas férias de julho eu bebi que nem um gambá e comi mais ainda. Voltei a ser gorda. Então, pra compensar, além do Muay Thai estou fazendo esteira e bicicleta.
Posso dizer que hoje não faço exercícios apenas para emagrecer, mas sim por prazer. Aprendi a gostar de ir pra academia, de me sentir um pouco saudável, de cuidar da minha saúde. Ainda não tenho o corpo que gostaria de ter, e penso que nem vou ter. Como porcarias, não tenho disciplina pra musculação e nem dinheiro pra ficar fazendo tratamentos estéticos o tempo todo. Mas minha vida ficou muito mais legal depois de fazer exercícios e eu fiquei bem menos encanada com meu corpinho de pêra.
Por isso, juventude, aqui vai meu conselho amigo: comecem cedo. Façam pelo menos um mês de esteira todos os dias. Treinem alguma luta. Dancem alguma coisa. O futuro vai agradecer.
Num tô linda, mamãe?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Nas férias, eu...

  •  Fui pra Araraquara ver minha irmã e meus sobrinhos, brinquei muito, fui em inúmeros parquinhos, tomei inúmeros sorvetes. Visitei meu tio Du, minha tia Silvia e minha prima Natália. Caminhei dois dias em volta do Sesi. Fui fazer/receber Reike. Comi coxinha de Bueno de Andrada. Fui num bar com minha amiga Kátia comer isca de peixe e beber cerveja. Almocei numa churrascaria com minha tia Keiko, minha prima Joana e seu marido Fred e minhas priminhas Julia e Adha. Comi hamburguer caseiro feito pelo meu cunhado Neto.

Visitando 74 parquinhos


Comendo coxinhas douradas de Bueno de Andrada


Comendo isca de peixe no Sakaná


Almoçando com a família Machado

  • Vi meus amigos no rodeio da cidade fofoqueira-preconceituosa (e que tenho saudades às vezes), bebi vodka com energético e sete latinhas de cerveja, totalizando três dias de vergonha por ter feito o que fiz e um dia de depressão + cansaço físico e mental.

Vergonha


Vergonha

  • O resto do tempo fiquei com o Emiliano assistindo a primeira temporada de Glee, alguns filmes e comendo. Chocolate, paçoca, hamburguer caseiro (de novo), creme de mamão papaia, M&M´s, sopa de mandioca, etc, etc, etc.

"Desenrola" é um filme para adolescentes e aquela fase insuportável da virgindade. Mas por incrível que pareça, foi o filme que mais gostei. Tem o Boca, uma graça de adolescente gordinho.


"Passe Livre" é um filme machista que pensa que nenhuma mulher gosta de fazer sexo.


"O Ritual". Nunca consigo me assustar com filme de exorcismo. Talvez porque eu não acredite nisso.
"Glee". Essa é minha vida, esse é meu clube.

Vamos resumir tudo, porram?
Comi, bebi, assisti.
E hoje, segunda-feira, estou reiniciando os trabalhos. Se der sorte, talvez eu consiga exorcisar algum aluno esse semestre.



sexta-feira, 1 de julho de 2011

Baú da vergonha

No site da Revista TPM tem o Baú da Vergonha , onde algumas personalidades mostram seu lado cafona fotografando discos, filmes e outras coisas tidas como "bregas". É a minha parte preferida do site, pois me identifiquei com a maioria das cafonices.
Desde a adolescência luto contra esse meu lado cafona. Tinha vergonha de gostar de algumas coisas! Mas me falem, gente, o que é ser brega? Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que:
Cafona é namorar um cara só porque ele é popular. É se trancar dentro de si para esconder sua real personalidade. É fazer um corte de cabelo e usar algumas roupas só porque estão na moda. É esquecer quem você é de onde você veio. É renegar suas raízes, por pior que elas sejam.
Sendo assim, eu assumo de vez que sou a pessoa mais cafona que conheço! Nasci em Araraquara, a terra do pagode e das pessoas metidas, e me orgulho disso! Virei gente em São Pedro do Turvo, a terra da fofoca e do preconceito, e me orgulho disso! Namoro o Emiliano, que não era o cara mais popular do pedaço, mas o escolhi para ser meu marido. Oh, sim, eu vou casar na igreja e dar uma festa, quer coisa mais cafona do que isso? E por isso estou aqui, amiguinhos, para mostrar meu Baú da Vergonha para vocês e abrir esse meu coração, que é tão cafona quanto grande.


A melhor coisa de se fazer num sábado é ver televisão. Tem o Rodrigo Faro e seu Dança, Gatinho. Tem filmes dos anos 80 na Band. Tem o Raul Gil e seus calouros! AMO o Seu Raul. Sou apaixonada pelo Higor Rocha.


Tenho a porra da coleção dos cds desses dois merdinhas. A fase loucaquerocasarcomojúnior passou, mas ainda ouço as músicas e canto me sentindo a Sandy.

Sou noiva! Até chorei quando o Emilianão me deu uma aliança.

Tenho praticamente todos os livros da Marian Keyes, escritora de best-sellers "mulherzinha".

Tem outras coisas. Sei tudo sobre fofocas de celebridades, tenho vários dvds de comédia romântica, adoro a música Nuvem de Lágrimas, chorei quando fui no Parque da Mônica pela primeira vez (aos 23 anos), sou professora! Existe profissão mais cafona?! Já fui pagodeira, imitei as Spice Girls, me apaixonei pelo Fábio Rabin. Podem me condenar agora. Sou brega. Tenho gosto cafona. Não pinto meu cabelo.
 Mas de uma coisa me orgulho: nunca, jamais na minha vida fiz desenhos na minha unha.
PS: já ia me esquecendo! Amanhã vou fazer a coisa mais cafona do mundo! Vou de excursão pra Jaú comprar sapato. De van. Com um monte de professora.


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tô melhorando, gente. Já faz 12 dias que não tenho crise.
Só passei pra dizer isso =]
E quer saber duma coisa maravilhosa??
Vai passar Glee na Globo!
Daí é que eu saro de vez, malandro.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Coisas que me fazem feliz

-Show do Roupa Nova
-Bolo de aniversário
-Ver os cachorros nadarem
-Acompanhar algum seriado
-Ir ao cinema
-Passear em São Paulo
-Conversar com meus amigos no msn
-Fofocar na escola
-Emiliano me mimando
-Comprar coisas
-Pizza de sexta-feira
-Edredom da Zêlo
-Saúde
-Treinar Muay Thai
-Sopa de feijão em mandioca
-Ver meus sobrinhos e minha irmã
-Dinheiro
-Dvd do Queen em Montreal
-Ver o Leo dormindo
-Ir na padaria comprar lanchinho no htpc
-Saber que ano que vem vou casar e nunca mais ficar sozinha
-Ver videos engraçados no You Tube
-Assistir Rodrigo Faro todo sábado e dar risada das mesmas coisas


A vida é assim, as pequenas coisas nos dão os maiores prazeres. Vou dar mais valor a isso depois que sair dessa fase chata. E tô saindo! Com altos e baixos, mas melhorando cada vez mais. Vou conseguir sem remédio! Vou conseguir pelo meu esforço, pela força dos amigos e colegas, pelo amor que meus cachorros me transmitem, pela paciência do Emiliano, pela fé que tenho em Deus! Eu prometo que vou sair dessa logo logo e vou voltar a escrever com ironia. Prometo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aqui é minha válvula de escape. Preciso usá-la melhor.
Há três anos tive um problema sério no rim. Comecei a ter dores, tomei um soro no posto de saúde e fui ao médico. Ele fez um ultra e descobriu que uma pedra de 11 milímetros havia saído do rim e estava estacionada e um dos meus canais urinários. Me internou na hora e fiquei quatro dias tentando fazer a pedra descer sozinha, mas o outro rim também começou a parar de trabalhar e o médico fez uma cirurgia. Fiquei mais uma semana ruim, de cama, vomitando a bílis e tudo mais. O engraçado é que não me lembro de ter ficado com medo em nenhum momento, porque eu sabia o que era e o que eu precisava fazer pra melhorar.
Não sei se é a situação atual em que estou vivendo, com problemas na família, no trabalho e o eterno dilema "should I stay or should I go?" que sempre me persegue, mas eu estou com medo, e parece que ele nunca vai sair dentro de mim.
Há quase três semanas eu tive uma tontura horrorosa que precisei ir ao posto, tomar soro e etc. O problema é que nem o neurologista soube explicar direito. Ele disse que foi a sinusite que subiu pro labirinto. Fiz tomografia e não deu nada, só a sinusite mesmo. Mas o medo continua. A tontura não saiu de mim. Não tá forte, mas ainda tá aqui e em algumas partes do dia ela dá um oizinho. Criei uma crise de stress. Um início de síndrome do pânico. Não quero me viciar no remédio tarja preta, mas não quero deixá-lo e correr o risco de sentir aquele medo de novo. Aquela falta de ar, formigamento nos braços. Tudo isso foi horrível e tô tentando pensar em coisas boas, pensar em nada, ver televisão, conversar, qualquer coisa que me distraia desse medo de sentir medo, mas a impressão que eu tenho é que não vai embora.
Então tô aqui escrevendo pra me distrair. Falar disso às vezes faz bem, às vezes não faz, mas eu quero falar pra ver se vai logo pra longe de mim. Dizem que é a doença da década. Mas eu não quero ter a doença da década. Só quero continuar minha vida, meu trabalho, organizar meu casamento, ver meus amigos, enfim, quero minha vida de volta. Papai do Céu, será que é pedir muito? Me devolve a vidinha pacata que eu levava até uns tempos atrás. Quero chegar em casa, brincar com meus meninos, ver televisão, tomar banho, ficar na internet, tudo que tenho feito agora. Mas sem medo.
Me devolve, Pai.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Para o Emiliano

Só você me entende.
Só você me leva no show do Roupa Nova e canta todas as músicas comigo, mesmo dizendo que não consegue decorar nenhuma letra.
Só você levanta de madrugada pra assaltar a geladeira, come metade de um pudim e não se lembra no dia seguinte.
Só você me liga pra contar que os gatos subiram no seu carro e deixaram marcas de patas no vidro- e conta dando risada, mesmo odiando gatos.
Só você explica d-e-t-a-l-h-a-d-a-m-e-n-t-e cada assunto e ainda manda um monte de links por e-mail.
Só você conversa com o Juninho, o Marelo, o Rocambole e o Leo, além de mim.
Só você viaja quase todo fim de semana pra me ver.
Só você garante meu sorriso aos sábados e domingos.
Só você procura o video Nuvem de Lágrimas no You Tube pra gente cantar junto.
Só você me apoia em praticamente tudo que faço/planejo/almejo.
Só você me liga pra dar bom dia e boa noite.
Só você me acalma quando fico doente.
E é por isso que meu coração é só seu. Feliz 28 anos.
"Love is all, love is you"
(Because- Beatles)

domingo, 17 de abril de 2011

Leopoldo, o fedido

Domingo é dia de passear com os cachorros. Como o Emiliano não tá aqui, passear de coleira com os quatro fica difícil. Então aproveitei que não tinha ninguém na rua e fomos andando sem coleira mesmo, na liberdade.
O Marelo tá velho, com oito anos, então não corre mais. Me acompanha, come uns matinhos e vem pra casa. Os outros três somem da minha vista, e foi o que aconteceu hoje. Foram pra rua paralela da minha.
Já contei que o Leo adora rolar numa merda, né? Ele sai procurando merda pra rolar em cima e SEMPRE volta pra casa com sujeira pra eu limpar. Hoje foi diferente, Leo voltou limpinho. Ele trouxe a merda dentro de uma sacolinha. Vou explicar:
Quando voltei do passeio com Marelo, os outros três já estavam me esperando no portão. Conforme fui descendo a rua, eles foram me vendo e indo me encontrar. Juninho foi o primeiro que me viu e subiu a rua. Rock foi o segundo. Quando Leo me viu e começou a correr em minha direção, percebi que ele arrastava algo. Era uma sacolinha de supermercado pendurada em seu pescoço! Ele conseguiu enroscar a sacola no pescoço. Os vizinhos da frente passaram mal de rir. Fui desenroscar a sacola achando que tinha lixo dentro. Mas não era lixo. ERA MERDA. Mole e pastosa. Não sei se era de gente ou de bicho, só sei que foi merda na minha perna, nos outros cachorros, na rua... menos no Leo, que seguiu limpo até o fim. Quem pagou o pato foi o Juninho, que teve que tomar banho.
O mais engraçado foi a cara que o Leo fez. Ele estava se sentindo o cachorro mais feliz do mundo com a sacolinha no pescoço. Quando tirei e joguei fora, ele entrou em casa com cara de quem ia pro abate. Tá mucho até agora.
Estraguei a brincadeira do coitadinho.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Enumerando os últimos acontecimentos

  • Terça passada a dona da casa em que moro morreu de acidente de carro. Um acidente bem feio. Fiquei impressionada e por dois dias dormir de olhos abertos, ou seja, não dormi.
  • No sábado estava em Ourinhos, no hospital com minha sogra (que, por sua vez, não estava passando bem), e meu melhor amigo me ligou dizendo que o avô dele havia falecido. Passei a noite de sábado tentando tirar um sorrisinho do rosto dele.
  • Segunda-feira a mais sensível de todas as chefes me chama pra conversar e dizer que meu salário cairia 220 reais e que eu teria que devolver 3480 reais pra prefeitura. Dinheiro PÚBLICO. Por erro dos outros. Liguei pro meu tio advogado e ele me instruiu a devolver o dinheiro, mesmo não sendo culpa minha. Ou seja, vou perder 10% do meu salário e ainda encher o rabo dos outros de dinheiro.
  • Hoje minha sogra piorou. Meu namorado (noivo, na verdade, mas nunca acostumarei) tá vindo de São Paulo. Minha cunhada tá aos prantos. Meu sogro tá brigando com todo mundo. As tias deles estão correndo atrás da quimioterapia atrasada. Eu tô sozinha aqui em Águas sem poder ajudar ninguém.
Conclusão:
Danem-se os 220 reais. Dane-se a grana que tenho que devolver pros bosta.
Eu quero meu amigo bem, quero ouvir as suas histórias de putaria sem aqueles olhinhos tristes.
Eu quero a dona da minha casa em paz, sem susto nenhum.
Eu quero meu namorado FELIZ, com sua mãe por perto, vendo a gente casar. Se não há cura, que pelo menos ela fique mais tempo com a gente, porque o Emiliano precisa de mãe.

Então é o seguinte: sei que precisamos ser positivos. E na maioria das vezes eu tento ser. Estou sendo. Estou muito positiva (tirando a parte do dinheiro perdido). Tenho certeza que as coisas vão melhorar daqui a pouco. Mas como esse blog é minha válvula de escape, preciso dizer algumas coisas:
CARALHO
MERDA
PUTA QUE PARIU
BOSTA
CACETE
BUCETA PELUDA
CU ARREGAÇADO
TOMAR NO CU
FILHO DUMA ÉGUA
VAI SE FUDER

Porque eu mereço falar palavrão. Pelo menos aqui, vai.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Pra quê?

Então estudar dois anos todo santo sábado não me valeu de porra nenhuma.
Eu acordava seis e meia da manhã aos sábados depois de ter trabalhado a semana toda e aguentado a vagabunda da minha ex-chefe me dizer que eu era incompetente. Me arrumava e ia pro Paraná. Eu cruzava a fronteira entre São Paulo e Paraná todo sábado. Não que isso demorasse muito, mas eu cruzava. E pagava aquele pedágio caro. DEZ reais ida e DEZ reais volta. Aguentei colega de pós metida a sabichona. Quase morri e quase matei na época da monografia. Paguei caro. Pra quê? Pra nega vir e me falar que minha pós não vale os meus 10% de aumento. Pra nega olhar pra minha cara e dizer que somente pós acima de 800 horas vale. Pra nega ter a coragem de me falar que vou ter que devolver três mil e quatrocentos reais pra prefeitura. Pro prefeito. Pro incompetente do prefeito.
Eu me matei, gente.
Eu perdi férias pra passar nesse concurso dessa prefeitura. Eu perdi férias, dias, horas da minha vida estudando pra essa bosta. Eu fiquei um ano sem comer chocolate. Eu tô há dois anos longe da minha familia, dos meus amigos e do meu namorado. E já perdi as contas de quantas coisas erradas já vi essa prefeitura fazer. Essa dissimulada falar. Professoras sofrerem. Perdi as contas.
Tô cansada e achando que nada disso valeu a pena, porque não valeu. E o que posso fazer? Nada. Porque sou pobre, porque sou burra e porque sou retardada e penso 3mil vezes antes de agir. Dai venho aqui e fico dialogando comigo mesma, e amanhã vou abrir um belo sorriso e dar um lindo BOM DIA pra todas as pessoas que estão me fazendo passar por essa tristeza.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Receita de gente preguiçosa

Todo mundo sabe que eu só cozinho em último caso. Tenho preguiça de mexer em panela, pavor de gás e nunca uso o forno nem a panela de pressão. Coisas de gente doente.
Mas no último ano decidi levar uma vida mais saudável. Tirei da minha dieta de almoço o miojo, ruffles, lasanha congelada e hambúrguer pronto. Faço arroz, palmito na manteiga, carne moída, picadinho, cozinho espiga de milho, até arrisquei fazer pão. A coisa que mais como nessa vida é atum enlatado. Ok, eu sei que não é saudável, mas é melhor que ruffles no almoço. Pelo menos eu misturo com arroz e feijão e finjo que é uma refeição valorizada.
Por isso passarei aqui minha receitinha de patê de atum enlatado com sobra do carnaval:

Patê de atum enlatado com sobra do carnaval da Clara

-1 lata de patê de atum com molho de tomate (na verdade é sem molho, mas comprei errado)
-meia (não sei como faz meia em número nesse teclado) lata de milho verde
-6 azeitonas verdes picadas
-3 colheres cheias de maionese

Misturar os ingredientes num pote de sorvete vazio. Servir com torradas e batata palha.
Voíla!!!
Está pronto nosso querido patê.
Bom apetite.
Um dia vou almoçar somente folhas e um peixinho grelhado, SE DEUS PERMITIR.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Doce ofício

Sumi.
As aulas recomeçaram, e apesar de ter menos turmas esse ano, tá puxado.
Temos novos projetos, como o da reciclagem. Toda quarta-feira, os alunos devem levar seus lixos recicláveis pra escola. Na quinta, um coletor vai buscar. A sala que mais arrecadar lixo no mês ganha um passeio. E é claro que os anjinhos estão muito comprometidos com a situação. Toda quarta a escola fica cheia de pais carregando caixas e mais caixas de livros velhos, apostilas e revistas, que é o que mais pesa. Outra coisa que têm levado muito é ferro velho. Apareceu até uma máquina de costura. Tsc, como eu sou ingênua. Apareci com minhas singelas garrafas, latinhas e potes de iogurte...
Durante o ano letivo fico bem famosa. Ontem resolvi ir pra academia caminhando. Não é longe, fica a uns seis quarteirões. Eu parecia o Flautista de Hamelin. Crianças brotavam da terra e iam me seguindo na rua. De bicicleta, à pé, de skate... quanto mais eu andava, mais crianças apareciam. Todas querendo falar ao mesmo tempo. Vocês podem até achar exagero, mas aqui eu não minto. Posso até contar uma mentirinha no meu dia-a-dia, mas aqui não posso mentir. Não pra vocês. Os capetas me seguiram na rua e teve até um que brincou de me atropelar com a bicicleta.
Assim eu sigo com minha vida. Umas aulas, uns concursos, uns problemas...volto quando a inspiração estiver comigo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O episódio das vizinhas velhotas

Tenho que começar este post contando que sou uma pessoa de confiança. A família Pedrão CONFIOU EM MIM e me deixou tomando conta da casa deles enquanto se divertem em São Paulo. Pois bem. Estamos aqui, os cachorros e eu, numa casa de três quartos enormes, sala, copa, cozinha e dois banheiros. Fora o quintal. O quintal é imenso e dividido em três partes: frente, lado e fundo. Os cachorros já nem sabem mais o que fazem. Até estão querendo ir embora, não querem mais um quintal grande, querem terra pra cavar buracos.
Ontem eu estava no quintal da frente, distraindo os cachorros, quando me aparece no portão Dona Lúcia, a vizinha de 75 anos. Não sabia que eu estava aqui, mas agora que sabia, queria que eu fosse na casa dela a noite. Me convidou pra ficar lá "até umas nove, nove e meia". Aqui eu paro a história pra dizer que, quem me conhece, sabe que eu pago pra não ir na casa de ninguém. Mas eu tava entediada, a novela das sete tinha acabado e os cachorros estavam dormindo. Comi um lanche enorme de bacon e calabresa, tomei uma coca 600ml e não me restava outra coisa a fazer. Sem questionar o destino, fui na casa de Dona Lúcia.
Ali estava, além da dona da casa, Dona Zilda, outra vizinha de 80 anos. Assistiam ao Jornal Nacional e telefonavam pros parentes a fim de saber mais detalhes da tragédia no Estado do Rio. Comentavam coisas do tipo "Nunca mais piso naquela estrada" e "Jesus está tentando falar com os homens". Me deram um lugar no sofá e um banquinho pra apoiar meus pés. Fiquei curtindo aquele momento como se fosse único. A cada comentário, uma nova estratégia de prender o fôlego pra não dar risada. 
Começou a novela das oito e Dona Lúcia foi fazer pipoca e suco de manga. Me fez comer, apesar de eu ter dito que já tinha jantado (um x-bacon calabresa). Me fez beber dois copos de suco. Me fez experimentar um quibe cru. Mais comentários do tipo "Eu tenho certeza que o Agnello tá com a Estela só pra ficar com o dinheiro dela". Faltando dois dias pra acabar a novela, elas ainda alimentavam essa esperança.
Apesar de me divertir com as velhinhas, ainda sou uma pessoa antissocial, por isso inventei a desculpa de que tinha que mandar um documento pro Emiliano pela internet e vim pra casa passar mal (de tanto comer) e ler meu livro.
 Essas velhinhas me lembraram muito minha avó, mas sinto decepcionar vocês, este não é um texto de reflexão, nem de saudade.
As velhas me lembraram minha vó porque, ao ver as pessoas soterradas nas cenas do JN, Dona Lúcia exclamou com emoção e verdade: "Nossa, tá todo mundo FUDIDO! Se fuderam!" 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo

"I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don´t you like me?
Why don´t you like me?
Why don´t you walk out the door!"

É com as palavras do meu novo amigo Mika que inicio 2011. Porque, por mais que tentamos agradar todo mundo, sempre tem um filho da puta que vai nos criticar.
Minha wishlist, como sempre, foi feita no dia 31 de dezembro, guardada na minha carteira (porque, ao contrário de todas as mulheres do mundo, eu mal uso bolsa) e devidamente esquecida para somente ser lembrada no próximo 31/12.
Mas só para reforçar, em 2011 eu quero:

-Mudar de emprego;
-Mudar pra São Paulo;
-Carregar a cachorrada comigo;
-Vender meu carro e comprar um Strada cabine estendida (porque sou uma mãe zelosa, mas tô cansada de ter pelos de cachorros espalhados no banco de trás);
-Me manter saudável, e de preferência com uns 4 ou 5 quilos a menos;
-Juntar dinheiro.

É pedir muito?
Eu queria adotar outro cachorrinho também, mas sei que isso não posso. Se cuidar de quatro já é bravo, imagina mais um. Mas assim que eu ficar rica e realizar meu projeto "Recanto Costelinha", poderei ter centenas deles.
Enquanto pobre, a vida de uma pessoa é feita de escolhas.
E assim inicio meu ano e finalizo este post aviadado.