sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

To be or not to be

Então. Eu vivo uma crise profissional das bravas. Tava rezando pra encontrar um emprego de revisora de texto antes das minhas férias acabarem, mas infelizmente meu currículo não é bacana o suficiente pra isso (ou o Catho que deve ser uma bosta, mesmo) e tive que voltar à sala de aula. Às salas de aula, porque este ano tenho 22 turmas. É sobre isso que quero falar, sobre a dificuldade que é ser PEB II não ter voz autoritária como tem uma PEB I.
Comecei em 2007 a dar aula pra crianças em uma Emef da minha antiga cidade e lá as professoras eram muito bravas, gritavam o tempo todo e ninguém podia levantar do lugar em momento algum. Fora os chacoalhões que fingíamos que não existiam, mas dentro de cada uma existia um pequeno ser chacoalhador de crianças, que aparecia nas horas do desespero e depois ia embora como se nunca tivesse dado as caras.
Como eu rodava de sala em sala, a vida parecia uma festa quando era hora da aula de inglês. Eu ficava puta com os alunos, berrava, ficava surda, fazia chantagem. Queria os alunos em silêncio, igual encontrei quando cheguei na sala. Mas eles não me respeitavam, pelo menos é o que parecia. Que porra de professora era eu, afinal de contas? Não conseguia fazer 20 crianças ficarem sentadas em silêncio por quê?
O tempo passou e fui dar aula na cidade maldita. Lá, a diretora não deixava ninguém gritar e quando um aluno era colocado de castigo na diretoria, ela dava um game boy pra ele se distrair enquanto não podia voltar pra sala. A vida era um inferno não só pra mim, porque as professoras de sala (PEB I, tá gente? Vamos aprender as gírias do nosso mundinho) também não seguravam os alunos. Fiquei pior ainda.
Enfim, cheguei nessa escola onde estou hoje, que ficaria no meio termo dessas duas que citei. Nunca ouvi uma professora dar um grito, chacoalhão muito menos. Mas os alunos são bem mais calmos e nenhum aluno foi sem educação comigo. No entanto, ainda vivia a crise do "não sei porque eles são mais agitados na minha aula do que com a PEB I". Será que sou tão boazinha assim? Tão tonta? O que preciso fazer pra ter cara de ruim?
Ontem de manhã eles estavam fazendo a lição de inglês quando um comentou sobre a série CSI em voz alta. Em vez de eu mandar ele ficar quieto e fazer a lição, perguntei se ele assistia, falei sobre outros seriados, depois acabou o assunto e todos voltaram a fazer a lição. No fim da aula, esse aluno chegou pra mim e disse: "por isso que eu gosto de você, tia, as outras professoras não conversam com a gente sobre essas coisas." A tarde eu dei aula de Oficina de Texto pra primeira série e contei a história da Chapeuzinho Vermelho com minha incrível boneca 3 em 1 que é Chapeuzinho, Vovó e Lobo Mau ao mesmo tempo. Os olhinhos brilhando e o sorriso de cada aluno me fez quase chorar lá na frente.
Quer saber de uma coisa? Eu posso não ser a mais brava das professoras, posso nem gostar da minha profissão, mas ontem eu aprendi que cada um é cada um, não posso fingir ser em sala de aula o que eu não sou fora dela. Eu adoro conversar com eles. Não os trato como as criancinhas que devem receber lição de moral a toda hora. Eles também sabem conversar. E garanto que aprendo muito com eles todos os dias. Pretendo em 2010 encerrar minha carreira em sala de aula, mas levo em meu caminho o brilho nos olhos de cada um daquela primeira série de ontem que me ouviu fazendo voz de Lobo Mau e cantando "pela estrada afora, eu vou bem sozinha..."

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Meu, a Eliana é uma pessoa que me decepciona muito. Sempre botei ela num altar, desde a época dos dedinhos. Sei até hoje a coreografia da Dança dos Bichos ("palma, pata, pé pé pé") e Pop Pop ("assim é bem melhor"). Amava o Flictz e o Melocoton.
A primeira decepção foi quando ela mudou do SBT pra Record e não podia mais assisti-la porque não pegava na minha casa. Mas passou, por que eu me mudei e na cidade nova pegava. Assim pude ver suas viagens, a Tânia Mara batendo cartão no programa semanalmente e o biólogo Sergio passeando pelo Butantã.
Depois ela terminou com o Luciano Huck e eu amava os dois juntos. Namorou vários playboyzinhos, chorou as pitangas na Caras cada vez que terminava um namoro, mas eu permanecia na condição de fã, firme e forte. Até que ela achou o Edu Guedes e resolveram casar. Achei o vestido dela lindo, o casal era lindo e virei fã do Edu por tabela. Tive um treco quando li a notícia do fim do casamento e virei a cara pra ela por uns meses. Fiquei de bem quando li a notícia do namoro com o JM Bôscolli e morri de felicidade quando ela voltou pro SBT. Xingava as roupas da Ana Hickman e elogiava as roupas dela, em um duelo de loiras que só existia na minha cabeça... pronto, agora estava tudo bem. "Ela voltou pro SBT e namora um cara legal, posso ficar tranquila!"
Agora a notícia que me fez perder o dia:
Assim não dá, Elianadedinhos. Fez perder a amizade, viu...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Every time I think of you
I feel shot right through with a bolt of blue
It´s no problem of mine but it´s a problem I find
Living a life that I can´t leave behind
There´s no sense in telling me
The wisdom of a fool won´t set you free
But that´s the way that it goes
And it´s what nobody knows
While every day my confusion grows"
(cantou New Order em Bizarre Love Triangle)

Oitentinha, adoro. É nóis. Sussa.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Fevereiro, alegria.

Esse carnaval foi a prova que faltava de que tô velha- e gosto disso.
Meus carnavais sempre foram regados a vodka Askov misturada com algum refrigerante (Sprite, de preferência). Askov quando eu ainda não trabalhava e ganhava mesada. Nos útimos três anos era Smirnoff (Absolut nunca, amigos. Sou professora). Enfim. Sempre teve muita emoção.
Teve o ano em que fizemos o bloco 67 e cantávamos o funk no palco (baixem no limewire. Não vou publicar a letra aqui, é promíscua demais). Nesse mesmo ano, brigamos com outro bloco e fomos parar na delegacia- entre outras coisas, mas ficar falando disso cansa. Houve também o ano em que bebemos José Cuervo, la tequila, e fomos pro velório do irmão de um amigo nosso. O cidadão estava se mexendo no caixão, pelo menos pra nós. Ano passado fizemos um tour regional e passamos cada noite em uma cidade diferente.
Esse ano íamos pra Panorama, mas desisti de última hora, fazendo com que alguns de meus amigos viessem pra ASB. Aqui é carnaval de rua e muito bem falado, famoso na região. Fiquei bêbada, como de costume, recebi os amigos, mas havia algo de estranho no ar, eu me sentia esquisita. Ontem não bebemos, por causa da ressaca da noite anterior, e foi aí que eu entendi tudo. Tinha descamisados fazendo racha de som de um lado da rua. Um dançava em cima do capô de seu já judiado Golf. Do outro lado, o vocalista da banda gritava "Quem não pular vai ficar sem comer ninguém hojeeeeeee!" Na rua debaixo, uma menina em estado de calamidade transava com o poste ao som de um funk proibidão, enquanto outra menina se esfregava com um cara fortinho na roda ao lado. Minha amiga JURA que viu uma moça com os peitos de fora. Na pista de skate rolava um DJ tentando fazer seu som, já que os carros cheios de cornetas disputavam com ele. Só Deus pra saber o que acontecia no meio dessa pista de skate.
Vi que era hora de me aposentar. Hoje é segunda-feira, o melhor dia do carnaval, e eu joguei a toalha. Quero assistir às escolas de samba na tv, tomar um chazinho ("de cogumeeeeelo", by FR) e dormir em paz, sem aquele zumbido de som alto no meu ouvido.
Sou, oficialmente, uma ex-foliã.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Acabei de descobrir que meu ascendente é libra. Quer dizer, isso se eu realmente nasci às 9h20, porque pelo que percebi ninguém da minha família prestou atenção no horário. Na verdade, eu nunca acreditei nisso, mas sempre tentei achar algo de mim nesses tais signos. Meu signo é virgem, mas não tenho nada a ver com a descrição dos virginianos. Não sou doente por limpeza, não me apego aos detalhes e nunca tirei 10 em trabalho escolar (só na monografia da pós. Gostei de escrever isso: tirei 10 na monografia da pós).
Diz lá que a pessoa que tem o ascendente em libra é "diplomática, razoável, muito tolerante* e sempre disposta a examinar os diversos pontos de vista antes de tomar uma decisão. Possui uma natureza otimista** e, mesmo quando esta em forte desacordo com alguém, tentará sempre encontrar mais pontos de similaridade do que diferenças. Prefere elegantemente*** o equilíbrio."
*"Sério, eu odeio quem escuta música alto e acha que todo mundo deve escutar junto. Odeio (@clarahirche em 03/02/2010)
**"Quando tudo esta monótono, a vida vem e dá um jeitinho de desgraçar seu dia. Atropelei uma motoqueira hoje. Há!" (@clarahirche em 16/12/2009)
***"Depois de três dias de festa, cá estou eu de molho e vomitando a bílis. É o fim de ano, minha gente" (@clarahirche em 28/12/2009)
Só faltou dizer que o ascendente em libra adora o trabalho que faz, aí sim, aí seria uma "eu" por completo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Voltei a trabalhar sem a menor vontade.
E sem vontade de escrever aqui também.