quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O episódio das vizinhas velhotas

Tenho que começar este post contando que sou uma pessoa de confiança. A família Pedrão CONFIOU EM MIM e me deixou tomando conta da casa deles enquanto se divertem em São Paulo. Pois bem. Estamos aqui, os cachorros e eu, numa casa de três quartos enormes, sala, copa, cozinha e dois banheiros. Fora o quintal. O quintal é imenso e dividido em três partes: frente, lado e fundo. Os cachorros já nem sabem mais o que fazem. Até estão querendo ir embora, não querem mais um quintal grande, querem terra pra cavar buracos.
Ontem eu estava no quintal da frente, distraindo os cachorros, quando me aparece no portão Dona Lúcia, a vizinha de 75 anos. Não sabia que eu estava aqui, mas agora que sabia, queria que eu fosse na casa dela a noite. Me convidou pra ficar lá "até umas nove, nove e meia". Aqui eu paro a história pra dizer que, quem me conhece, sabe que eu pago pra não ir na casa de ninguém. Mas eu tava entediada, a novela das sete tinha acabado e os cachorros estavam dormindo. Comi um lanche enorme de bacon e calabresa, tomei uma coca 600ml e não me restava outra coisa a fazer. Sem questionar o destino, fui na casa de Dona Lúcia.
Ali estava, além da dona da casa, Dona Zilda, outra vizinha de 80 anos. Assistiam ao Jornal Nacional e telefonavam pros parentes a fim de saber mais detalhes da tragédia no Estado do Rio. Comentavam coisas do tipo "Nunca mais piso naquela estrada" e "Jesus está tentando falar com os homens". Me deram um lugar no sofá e um banquinho pra apoiar meus pés. Fiquei curtindo aquele momento como se fosse único. A cada comentário, uma nova estratégia de prender o fôlego pra não dar risada. 
Começou a novela das oito e Dona Lúcia foi fazer pipoca e suco de manga. Me fez comer, apesar de eu ter dito que já tinha jantado (um x-bacon calabresa). Me fez beber dois copos de suco. Me fez experimentar um quibe cru. Mais comentários do tipo "Eu tenho certeza que o Agnello tá com a Estela só pra ficar com o dinheiro dela". Faltando dois dias pra acabar a novela, elas ainda alimentavam essa esperança.
Apesar de me divertir com as velhinhas, ainda sou uma pessoa antissocial, por isso inventei a desculpa de que tinha que mandar um documento pro Emiliano pela internet e vim pra casa passar mal (de tanto comer) e ler meu livro.
 Essas velhinhas me lembraram muito minha avó, mas sinto decepcionar vocês, este não é um texto de reflexão, nem de saudade.
As velhas me lembraram minha vó porque, ao ver as pessoas soterradas nas cenas do JN, Dona Lúcia exclamou com emoção e verdade: "Nossa, tá todo mundo FUDIDO! Se fuderam!" 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo

"I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don´t you like me?
Why don´t you like me?
Why don´t you walk out the door!"

É com as palavras do meu novo amigo Mika que inicio 2011. Porque, por mais que tentamos agradar todo mundo, sempre tem um filho da puta que vai nos criticar.
Minha wishlist, como sempre, foi feita no dia 31 de dezembro, guardada na minha carteira (porque, ao contrário de todas as mulheres do mundo, eu mal uso bolsa) e devidamente esquecida para somente ser lembrada no próximo 31/12.
Mas só para reforçar, em 2011 eu quero:

-Mudar de emprego;
-Mudar pra São Paulo;
-Carregar a cachorrada comigo;
-Vender meu carro e comprar um Strada cabine estendida (porque sou uma mãe zelosa, mas tô cansada de ter pelos de cachorros espalhados no banco de trás);
-Me manter saudável, e de preferência com uns 4 ou 5 quilos a menos;
-Juntar dinheiro.

É pedir muito?
Eu queria adotar outro cachorrinho também, mas sei que isso não posso. Se cuidar de quatro já é bravo, imagina mais um. Mas assim que eu ficar rica e realizar meu projeto "Recanto Costelinha", poderei ter centenas deles.
Enquanto pobre, a vida de uma pessoa é feita de escolhas.
E assim inicio meu ano e finalizo este post aviadado.