Preciso perder essa mania de vir aqui só pra desabafar. Deveria, como professora que sou, criar um blog sobre minha matéria, com dicas de gírias e expressões, músicas e formas fáceis de se aprender inglês. Daí então o blog faria sucesso entre alunos, professores e colegas e, quem sabe um dia, estaria estampado nas páginas de destaque do site da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Foda-se.
Prestes a completar 29 anos, o último da casa dos 20, estou a ponto de explodir. As preocupações vão se aglomerando na minha cabecinha e parecem não querer sair.
O trabalho me exige viajar 40 minutos por dia, dois dias em uma periferia e os outros dois em uma favela. Como funcionária pública que sou (e adoro ser), poderia tirar licença e ficar em casa cuidando da minha vida. Mas meus alunos carentes dependem de mim para aprender, as professoras de sala dependem de mim para preparar suas aulas no período em que estou com os "santos diabinhos" e eu simplesmente fico com remorso de tirar uma simples abonada.
O curso do Estado me exige perder algumas horas semanais pra ler textos hipócritas e dissertar sobre coisas que sei que não funcionam. Mas não posso deixar de fazer e perder a bolsa que é um desperdício de dinheiro muito grande do governo, mas dependo dela pra pagar meu casamento e não posso negá-la.
Ah, claro, tem o casamento, que exige há quase dois anos que eu fique fazendo pesquisas, tentando economizar e fugindo de pessoas inconvenientes que, não apenas se convidam, mas incluem toda sua familia nesse convite: gato, cachorro e genro.
Tem o concurso de São Paulo, que quero passar, mas não tenho tempo de estudar. E, quando tenho tempo, não tenho ânimo.
Ficar respondendo grupo político no facebook virou moda. E lá vou eu ficar vigiando as pessoas pra ver se elas não falam nenhuma besteira, quando podiam estar fazendo algo mais útil de suas vidas, como trabalhando, estudando ou algo do tipo.
Me preocupo demais com as coisas, com as pessoas e esqueço de mim, na maioria das vezes. É fato que, aos 28, fiquei mais desbocada, impaciente e não deixo mais de falar as coisas com medo da pessoa se magoar. Só que tem hora que enche o saco ficar discutindo, brigando, argumentando. Dai o blog serve pra isso, pro que vim fazer agora.
Mas um dia isso muda! Um dia farei um blog sobre minha profissão, minha matéria, com dicas de gírias e expressões, músicas e formas fáceis de se aprender inglês. Daí então o blog faria sucesso entre alunos, professores e colegas e, quem sabe um dia, estaria estampado nas páginas de destaque do site da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Foda-se.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Estamos em maio...
... e eu já não tô dando conta desse ano cheio de reviravoltas.
Sabe, gente, era pra ser um ano sabático.
Eu iria toda semana fazer drenagens linfáticas, massagens, limpezas de pele, todos os tipos de yoga, clareamento dental, depilação a laser, tratamentos ortomoleculares.
Ficaria o ano inteiro escolhendo a cor do bordado da toalha e a música da primeira dança.
Tomaria banho com pétalas de rosas e sal grosso.
Levaria os meninos ao petshop toda semana.
Hidrataria minhas madeixas.
Testaria novas receitas.
Cá estou.
Minha terceira mudança de emprego, minha eterna mudança de casa (que já está durando cinco meses), minha briga com os vizinhos chatos que não gostam de cachorros que uivam.
Vem ni mim, 2013, quero descansar.
Sabe, gente, era pra ser um ano sabático.
Eu iria toda semana fazer drenagens linfáticas, massagens, limpezas de pele, todos os tipos de yoga, clareamento dental, depilação a laser, tratamentos ortomoleculares.
Ficaria o ano inteiro escolhendo a cor do bordado da toalha e a música da primeira dança.
Tomaria banho com pétalas de rosas e sal grosso.
Levaria os meninos ao petshop toda semana.
Hidrataria minhas madeixas.
Testaria novas receitas.
Cá estou.
Minha terceira mudança de emprego, minha eterna mudança de casa (que já está durando cinco meses), minha briga com os vizinhos chatos que não gostam de cachorros que uivam.
Vem ni mim, 2013, quero descansar.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Para Águas de Santa Bárbara
No dia 02 de março de 2009 estava eu entregando todos os meus documentos na Prefeitura Municipal a um homem chamado Flávio. Dei minhas aulas de Oficina de Texto para as segundas séries e fui correndo pra minha nova moradia, pensando em tudo aquilo que estava acontecendo na minha vida. Era tudo diferente: cidade, escola, matéria, colegas. Estava assustada, mas ansiosa por tudo que estava por vir.
A adaptação, quase não vi. Aos poucos fui arrumando minha vida: manicure, depilação, alguém pra lavar e passar minhas roupas. Em um ano aquela já era a cidade que poderia viver pelo resto da vida. O tal Flávio da prefeitura virou Flavião, marido da minha amiga Japa. As colegas foram virando amigas. Vários bebês nasceram. As terapias em grupo foram crescendo. A cidadezinha ganhou cheiro de terra molhada (pela nascente de água que existe por lá) e sabor de chocolate (da Nina Bombons). Aprendi a cozinhar. Aprendi a lutar Muay Thai. Ganhei amigos na academia.
Mas paralelamente a isso, meu amor pelo Emiliano foi se solidificando e a vontade de ficar junto também crescia a cada dia. Comecei a ficar confusa, a por na balança essas duas coisas. Fiquei doente e não conseguia mais passar os fins de semana lá. Ganhei uma psicóloga muito legal, filha de uma também professora e amiga. E tudo isso me ajudou a tomar a decisão de hoje.
Dia 02 de março de 2012, pedi exoneração. Como disse Flavião, fui pro arquivo morto de Águas de Santa Bárbara. Não está sendo fácil, já dizia Kátia, a Cega (não a mamãe do Raul e da Rafaela). Parece que alguém morreu. Chorei tanto, pensei tanto se é um erro, se não é. Chego à conclusão que não, pois preciso seguir meu caminho, dar espaço no meu coração pra minha vida familiar entrar. Mas as amizades que ganhei por lá são especiais. Sempre vai ter um Fórum de Educação, um carnavalzinho, um churrasco (que eu mato se ninguém me chamar).
Obrigada, cidadezinha.
Obrigada, companheiras de ensino.
Obrigada, pessoal da academia.
Fecho um ciclo muito bonito hoje, no qual tenho orgulho de ter vivido.
Pra terminar, a última frase que ouvi de minha queria e sarcástica (ex) diretora- quem conhece a peça, vai dar risada!
"O AMOR FAZ MUITAS BURRICES"
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Sua vida já ficou, em algum momento, paralisada?
Eu não tenho medo de mudanças. Não fiquem preocupados com isso, pois já morei em tantas casas, tantos lugares, tive que fazer tantas amizades, me virar tantas vezes sozinha, que esse é o menor dos problemas.
Eu me adapto tão bem às coisas porque não tenho um habitat natural.
Só não posso (não consigo) viver sem:
-quatro cachorros
-um emprego
-um emiliano
Então, é assim: eu tinha quatro cachorros e um emprego. Agora só tenho um emiliano. Os quatro cachorros logo chegam até mim. O emprego está em outra cidade. E o grande ponto de interrogação prevalece e permanece em minha vida.
Espero voltar com ótimas notícias.
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