quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aqui é minha válvula de escape. Preciso usá-la melhor.
Há três anos tive um problema sério no rim. Comecei a ter dores, tomei um soro no posto de saúde e fui ao médico. Ele fez um ultra e descobriu que uma pedra de 11 milímetros havia saído do rim e estava estacionada e um dos meus canais urinários. Me internou na hora e fiquei quatro dias tentando fazer a pedra descer sozinha, mas o outro rim também começou a parar de trabalhar e o médico fez uma cirurgia. Fiquei mais uma semana ruim, de cama, vomitando a bílis e tudo mais. O engraçado é que não me lembro de ter ficado com medo em nenhum momento, porque eu sabia o que era e o que eu precisava fazer pra melhorar.
Não sei se é a situação atual em que estou vivendo, com problemas na família, no trabalho e o eterno dilema "should I stay or should I go?" que sempre me persegue, mas eu estou com medo, e parece que ele nunca vai sair dentro de mim.
Há quase três semanas eu tive uma tontura horrorosa que precisei ir ao posto, tomar soro e etc. O problema é que nem o neurologista soube explicar direito. Ele disse que foi a sinusite que subiu pro labirinto. Fiz tomografia e não deu nada, só a sinusite mesmo. Mas o medo continua. A tontura não saiu de mim. Não tá forte, mas ainda tá aqui e em algumas partes do dia ela dá um oizinho. Criei uma crise de stress. Um início de síndrome do pânico. Não quero me viciar no remédio tarja preta, mas não quero deixá-lo e correr o risco de sentir aquele medo de novo. Aquela falta de ar, formigamento nos braços. Tudo isso foi horrível e tô tentando pensar em coisas boas, pensar em nada, ver televisão, conversar, qualquer coisa que me distraia desse medo de sentir medo, mas a impressão que eu tenho é que não vai embora.
Então tô aqui escrevendo pra me distrair. Falar disso às vezes faz bem, às vezes não faz, mas eu quero falar pra ver se vai logo pra longe de mim. Dizem que é a doença da década. Mas eu não quero ter a doença da década. Só quero continuar minha vida, meu trabalho, organizar meu casamento, ver meus amigos, enfim, quero minha vida de volta. Papai do Céu, será que é pedir muito? Me devolve a vidinha pacata que eu levava até uns tempos atrás. Quero chegar em casa, brincar com meus meninos, ver televisão, tomar banho, ficar na internet, tudo que tenho feito agora. Mas sem medo.
Me devolve, Pai.

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